terça-feira, 15 de março de 2011

O PODER DA INTERCESSÃO


A INTERCESSÃO DE MOISÉS
Nosso segundo exemplo de intercessor é Moisés. Em Êxodo 32 vemo-lo subindo o
Monte Sinai para receber a aliança de Deus. Depois de estar ausente muitos dias, o povo
tornou-se impaciente e insistiu com Arão para fazer deuses que eles pudessem adorar.
Então Arão tomou as argolas de ouro e fez um bezerro fundido, em torno do qual Israel
começou a dançar e adorar.
Enquanto isto acontecia no arraial, Deus falou com Moisés no monte e disse: “Vai,
desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu, e depressa se desviou do
caminho que lhes havia eu ordenado; fizeram para si um bezerro fundido, e o adoram...” (vv.
7,8).
Neste momento tenso quando o destino de Israel estava na balança, encontramos um
elemento de humor na conversa que se seguiu entre Deus e Moisés. Referindo-se a Israel,
Deus fala com Moisés que eles são “teu povo”. Mas Moisés, não querendo aceitar esta
responsabilidade, devolve-a a Deus dizendo: “teu povo”. Nem Deus nem Moisés queria ser
considerado responsável por Israel naquele momento! Enquanto isso, Israel continuava a
dançar ao redor do bezerro, totalmente inconsciente que seu destino estava sendo selado
por este diálogo entre Deus e Moisés.
Deus declarou a Moisés: “Agora, pois, deixa-me; para que se acenda contra eles o
meu furor, e eu os consuma...” (v.10). Note que Deus não faria coisa alguma se Moisés não
lhe permitisse. Mas Moisés se recusou a sair de diante de Deus. Como intercessor, ele
continuou se interpondo entre Deus e o povo.
Finalmente, Deus disse que usaria Moisés para redimir sua promessa a Abraão,
Isaque e Jacó, começando tudo de novo com Moisés e formando dele uma grande nação.
Apesar desse povo ter sido um fardo muito pesado para ele desde que saiu do Egito, Moisés
intercedeu por eles: “Porém Moisés suplicou ao Senhor seu Deus e disse: Por que se
INTERCESSÃO
Por Derek Prince
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acende, Senhor, a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito... (“Não é meu
povo”, Moisés está dizendo, “é teu.”) Por que hão de dizer os egípcios: Com maus intentos
os tirou, para matá-los nos montes, e para consumi-los da face da terra? Torna-te do furor
da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo” (vv. 11,12).
A preocupação de Moisés era a reputação de Deus. Ele disse: “Deus, se depois de
tirar este povo para fora, eles vierem a perecer nos montes, os egípcios vão dizer que tiveste
más intenções quando os tiraste do Egito”.
Vemos a mesma preocupação com a reputação de Deus em Números 14.13-16. O
povo provocou ao Senhor quando se recusou a crer no relatório positivo dos dois espias
enviados para a terra prometida, escolhendo antes crer no relatório negativo dos outros dez.
Deus ficou tão irado com sua incredulidade que outra vez procurou destruí-los e fazer de
Moisés uma grande nação. Mas aqui Moisés lembra o Senhor que as nações que tinham
ouvido a fama do Senhor iriam pensar que ele não era capaz de introduzir o povo na terra e
por isto o matou no deserto. A preocupação de Moisés em ambos os casos não era sobre
sua reputação pessoal; sua única preocupação era a glória e reputação de Deus na terra.
No final de Êxodo 32, encontramos a consumação da intercessão de Moisés. Depois
de voltar ao arraial e colocar as coisas em ordem, ele se dirige ao povo: “Vós cometestes
grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor e, porventura, farei propiciação pelo vosso
pecado. Tornou Moisés ao Senhor, e disse: Ora o povo cometeu grande pecado, fazendo
para si deuses de ouro. Agora, pois perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do
livro que escreveste” (vv. 30-32).
Isto é intercessão: “Deus, eles merecem teu golpe; perdoa-lhes. Mas se não, Senhor,
então que o juízo deles venha sobre mim.” O intercessor é a pessoa que se coloca entre
Deus e o alvo da sua ira justa. O Salmo 106 nos fornece um comentário divino a respeito
deste acontecimento:
“Em Horebe fizeram um bezerro, e adoraram o ídolo fundido. E assim trocaram a
glória de Deus pelo simulacro de um novilho que come erva. Esqueceram-se de Deus, seu
Salvador, que, no Egito, fizera coisas portentosas, maravilhas na terra de Cão, tremendos
feitos no Mar Vermelho. Tê-los-ia exterminado, como dissera o Senhor, se Moisés, seu
escolhido, não se houvesse interposto; impedindo que sua cólera os destruísse” (vv. 19-23).
Moisés ficou na brecha causada pelo pecado do povo de Deus e disse: “Senhor, estou
tapando a brecha. Teu golpe não pode cair sobre eles sem cair sobre mim primeiro”.
Números 16 registra outro exemplo de intercessão. Aqui Moisés e Arão juntos são os
intercessores. Deus havia tratado soberanamente com a rebelião de Coré, Datã e Abirão,
fazendo a terra se abrir e tragá-los vivos. Mas no dia seguinte “toda a congregação dos
filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do
Senhor. Ajuntando o povo contra Moisés e Arão, e virando-se para a tenda da congregação,
eis que a nuvem a cobriu, e a Glória do Senhor apareceu. Vieram, pois, Moisés e Arão
perante a tenda da congregação. Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Levantai-vos do
meio desta congregação, e a consumirei num momento: então se prostraram sobre os seus
rostos” (vv. 41-45).
Esta é a posição do intercessor – prostrado sobre o seu rosto diante de Deus,
sabendo que juízo está prestes a cair.
Derek Prince

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